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O que nos faz humanos?

O que nos faz humanos?

Uma breve análise sobre um episódio de Philip K. Dick’s Electric Dreams.

Em Setembro de 2017 estreou no Amazon Prime Video a série Electric Dreams, inspirada em contos de Philip K. Dick — Se você não reconhece o nome, basta dizer que é o autor que inspirou o filme Blade Runner.

Inevitavelmente comparada à inglesa Black Mirror por também trazer discussões sobre humanidade num cenário de tecnologia avançada, Electric Dreams é sim mais uma série de sci-fi/cyberpunk com episódios desconectados e dilemas profundos. Contudo, enquanto Black Mirror discursa o quanto as piores características humanas podem extravasar pela presença da tecnologia, Electric Dreams traz como tema constante o significado de ser humano.

Ser humano é…

Resolvi escrever esse artigo após assistir o episódio 06 da primeira temporada, Human Is.

Como disse antes, humanidade é um tema recorrente na série, mas este episódio me chamou a atenção por ser extremamente direto e até cruel em expor o quanto somos hipócritas ao discutir sobre valores, o quanto distorcemos as definições de certo e errado para satisfazer nossos próprios egos.

Sem dar spoilers, o episódio mostra uma Terra decadente com humanos em guerra contra uma espécie alienígena, uma guerra em busca de um recurso que é agora a última esperança para salvar o planeta. O episódio não detalha muito sobre o que é este recurso ou mesmo sobre a guerra, porque o que é importante aqui são os alienígenas, os quais são considerados extremamente perigosos por serem cruéis e desprovidos de moralidade, compaixão ou remorso. Mas serão mesmo?

Trazendo o cenário para um contexto atual, afinal sobre isso é ficção científica, vivemos numa época de emoções extremas, onde a internet e redes sociais facilitam a manutenção de grupos étnicos e sociais e segregação de ideias, nos tornando cada vez mais unidos contra aquilo que nos é diferente.

Seja este diferente uma raça alienígena, uma religião, refugiados, estrangeiros ou mesmo outra etnia ou grupo social, é muito mais fácil combater do que aceitar e incluir. Frente a esta relutância de muitos em mudar, alguns poucos preferem aceitar o diferente como uma alternativa melhor. Já vi muita gente sair do país simplesmente porque não consegue tolerar o comportamento daqueles à sua volta, desistindo de ou por vezes sequer tentando mudar o pensamento alheio.

O objetivo deste post é fazer refletir sobre nossa posição como seres humanos. Tão orgulhosos como espécie e ainda assim tão egoístas. Como corresponderíamos com outras espécies quando difamamos a nossa própria? E como podemos evoluir quando preferimos nos isolar?

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